Maternidade

Domingo de celebrações para 39 novas mamães

Eduarda Paz e Thays Ceretta

Domingo de celebrações para 39 novas mamães

Foto: Thays Ceretta e arquivo pessoal

As mamães de primeira viagem a estudante Vitória de Camargo Cavalheiro e da jornalista Claudiane Veber

A espera das 40 semanas ideais para o nascimento de um bebê é um período de muitas dúvidas para as mães. Mas, o processo de gestação não precisa ser cercado por essas incertezas, elas podem ser compartilhadas com outras mães e profissionais que acolhem as pacientes com cuidado e empatia. Em Santa Maria, os hospitais têm acompanhamentos especializados para todo o processo da gestação, do nascimento ao pós-parto. Na semana que antecedeu o Dia das Mães, na cidade, nasceram, entre os dias 6 a 11 de maio, pelo menos 39 bebês nos Hospitais Casa de Saúde, São Francisco e no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) não informou o número de nascimentos.

“Ela deve ser protagonista do cenário de nascimento do filho”

Em 2015, o Hospital Casa de Saúde, que atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), começou a desenvolver e a intensificar o trabalho do parto humanizado. A temática da humanização tem um olhar atencioso para as mães e para o bebê ainda no útero. A enfermeira obstetra Ângela Maria Naidon, 41 anos, explica que todo esse processo feito pela equipe multiprofissional do hospital é para a mãe ser protagonista do cenário do nascimento do filho:
– Começa desde o pré-natal. Então, é para as mães terem informações de qualidade, confiança sobre decisões e ter tranquilidade. Cada mulher é única, tem sua dor e conhecimento do próprio corpo. Aqui é tudo baseado em evidências científicas, estamos inovando e orientando. Trabalhamos baseados em informações.

 
A Casa de Saúde foi o primeiro hospital a ter uma sala de amamentação para as mães internadas. Além disso, conta com os leitos PPP (pré-parto, parto e pós-parto). Todos esses atendimentos fazem parte da humanização da maternidade. Os mesmos procedimentos ocorrem para partos de cesárea. As doulas têm acesso, mas precisam fazer um cadastramento no hospital para tera certificação.

– Os quartos PPP são para a paciente que está em trabalho de parto ativo; ela vai ao local, que é individual, com o seu acompanhante. Nesse quarto, ocorre o nascimento e, depois, ela permanece 1 ou 2 horas com a criança, para ter contato pele a pele. Precisa do aleitamento na primeira hora de vida. Então, são quartos individualizados que garantem a privacidade nesse momento único na vida dela – relata a enfermeira.

A instituição ainda promove, uma vez ao mês, encontro de grupo de gestantes. Cada um com uma temática diferente focada no trabalho de parto, no parto e no nascimento, para dar suporte e acompanhamento às mamães. Também é feita uma visita na maternidade para futuras mães familiarizarem-se com o local que será a referência para o nascimento dos seus filhos. Ângela afirma que a visita pode ser feita em qualquer dia.

Conheça os acessórios para amamentação

  • almofadas – contribui para melhor posicionamento do bebê e facilita a “pega” do seio
  • tipoias –  ajuda a sustentar as mamas muito volumosas
  • rosquinhas – recomendado para as mães que formaram fissura no seio, devido a “pega” incorreta 

Aurora chegou para completar o Dia das Mães

A mãe Vitória Cavalheiro com a filha Aurora no coloFoto: Arquivo pessoal

A bebê Aurora Valentina chegou ao mundo em 10 de maio, no Hospital Casa de Saúde, pesando 2 quilos e 920 gramas e medindo 46,5 centímetros. Filha da estudante Vitória de Camargo Cavalheiro, 17 anos, que vai conseguir celebrar o primeiro Dia das Mães com a filha no colo.

– Desde o início, eu sabia que queria parto normal e deu tudo certo. Eu cheguei pelas 4h, e a Aurora já nasceu às 10h. Minha mãe foi minha acompanhante e todas as médicas e enfermeiras me apoiaram e me ajudaram muito no processo. Está sendo maravilhoso, terei o primeiro Dia das Mães com ela. Estou muito feliz.

A gestação foi toda feita com acompanhamento e consultas de rotina. Durante as contrações, Vitória, junto com a mãe Dulce de Fátima Oliveira de Camargo, 53 anos, foi encaminhada para um dos quartos PPP para ter mais privacidade.

– Os quartos individuais ajudaram muito, me senti mais à vontade. Depois, na parte da amamentação também ficamos no quarto e deu tudo certo. A Aurora está mamando bastante e foi tudo perfeito – conta Vitória.

"Helena nos traz luz. É um sentimento inexplicável"

Helena Veber Dias Portella nasceu em 7 de maio, às 20h26min, pesando 3 quilos e 260 gramas e medindo 47 centímetros, no Hospital Casa de Saúde. A mamãe de primeira viagem e jornalista Claudiane Veber, 35 anos, passou 32 horas no processo para o nascimento da bebê, desde o rompimento da bolsa até o nascimento. Toda a empatia e atenção da equipe fizeram toda a diferença durante a gestação até o pós-parto.

– Quando eu descobri que estava grávida foi uma surpresa. E percebi que sabia muito pouco sobre gravidez. Sabemos pelo que nos contam, o que a imprensa divulga, por isso, comecei a pesquisar e me deparei com muitas questões que nunca imaginei. Optei por ter um parto humanizado, o mais natural possível – destacou.

Cuidado

A mãe Claudiane Veber, com a pequena Helena no colo ao lado da avó JuremaFoto: Arquivo Pessoal

Claudiane contou que fez um curso de gestante, conheceu o lugar e todas as ferramentas necessárias que precisava. A bolsa rompeu no último sábado – e só à meia-noite começaram as primeiras contrações:

– Fiquei nesse processo por 20 horas, já nem conseguia mais raciocinar direito. Usei os recursos de bola, do chuveiro, aromaterapia, todo tempo vinha a equipe verificar e nos auxiliar. No momento em que não foi mais possível nascer de parto normal, a equipe me tranquilizou e fui preparada para a cesárea. E a Helena nasceu trazendo toda luz ao mundo.

Helena e Claudiane já estão curtindo antecipadamente o Dia das Mães. Cada dia, as duas aprendem junto as alegrias e as dificuldades da maternidade. A jornalista, que atua no Grupo Diário, conta que, para cada mãe, os desafios são diferentes, mas que todas elas têm uma força que vem da alma para lidar com os problemas. Ela conta que a sensação de ver a Helena pela primeira vez e, quando a pequena retornou o olhar, a sensação foi inexplicável.

– Domingo vai ser especial, vou conseguir passar a primeira vez com o meu “pacotinho”. E para quem conhece alguma futura mamãe, queria deixar um recado: ajudem elas, precisamos de apoio das pessoas nesse momento – descreve a jornalista.

Após o nascimento, psicólogas vêm conversar com a mamãe e com os acompanhantes para verificar se tudo ocorreu bem e da melhor maneira possível. A mãe de Claudiane, Jurema Veber Dias, está dando todo o apoio necessário desde o início. O vestido vermelho (usado por Claudiane na foto acima) é um símbolo da força da maternidade que une as duas:

– Este vestido a mãe usou quando estava grávida de mim e, agora, eu usei na gestação da Helena, tem um significado enorme. E agora, estamos aqui, as três gerações.

Bebês que nasceram na semana do Dia das Mães no Casa de Saúde

  • Durante os dias 6 a 11 de maio – 23 nascimentos
  • 18 meninas
  • 5 meninos
  • 10 mães são de Santa Maria e 13 de cidades da região

Atendimento no Casa de Saúde

  • Atendimento é 100% pelo SUS
  • Acompanhamento da gestação é realizado nas Unidade Básicas do município
  • Encaminhamentos – Podem vir por meios próprios e Secretarias Municipais de Saúde, quando são de outras cidades
  • Abrange 34 municípios 

Presença de doulas no parto 

O vice-prefeito, Rodrigo Decimo (União Brasil), sancionou, em 9 de janeiro de 2023, a lei 6.718, que autoriza a presença de doulas em hospitais e maternidades de Santa Maria. As doulas dão suporte físico, técnico e emocional às gestantes e parturientes em diferentes momentos, seja no pré-natal, no parto e no pós-parto. Não se trata de uma profissão, mas está catalogada no Código Brasileiro de Ocupações (CBO), e a regulamentação já tramita em nível nacional. Recentemente, a presença da doula tem sido cada vez mais pedida entre as mulheres que buscam ter uma experiência de parto humanizado.

O que a doula faz 

  • Auxilia no plano do parto 
  • Prepara a gestante física e emocionalmente para o parto 
  • Auxilia a parturiente com a respiração e a encontrar posições mais confortáveis durante o parto 
  • Propõe sugestões para alívio de dores, como relaxamentos e banhos 
  • No pós-parto, oferece cuidados ao bebê e ajuda no processo de amamentação 

O que a doula não faz 

  • Qualquer tipo de procedimento clínico ou médico, como aferição de pressão, administração de medicamentos, toques vaginais e outros 
  • Discutir os procedimentos com a equipe 
  • Substituir os profissionais da equipe de assistência ao parto 
  • Substituir o acompanhante garantido por lei, salvo se for escolha da parturiente 
  • Os hospitais de Santa Maria que trabalham com atendimentos de maternidade exigem que a doula seja cadastrada no sistema dessas instituições  

Serviço das outras maternidades da cidade

Hospital São Francisco de Assis

  • Nascimentos (durante 6 a 10 de maio) – 2 bebês 
  • 06/05 – 1 menino por cesárea 
  • 09/05 – 1 menina por cesárea  
  • Instituição privada que atende por meio de 16 convênios – Assefaz, Astresma, Base Aérea de Santa Maria, Bradesco Saúde, Caixa Econômica Federal, Cassi, Cauzzo, Cauzzo Cirúrgico, Fusex, Geap, Ipe, Life Empresarial Saúde Ltda, Particular, Pró-Vida, Syns, Unimed, Unimed Card, Vida Card e Vida Card Cirúrgica   
  • Atendimentos de média complexidade – Às gestantes são encaminhadas pelos obstetras assistentes e é realizado o atendimento humanizado, com mais atenção, esclarecimento de dúvidas, medos e anseios. É realizado junto a família o registro do nascimento, com fotos e recordações como a elaboração da árvore da vida. Também é feito um momento do pai com o bebê para estimular o vínculo 
  • Abrange todas as regiões

Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo

  • Nascimentos (durante 6 a 10 de maio) – 14 bebês, todos por cesariana, a maioria das mães é de Santa Maria 
  • 5 meninos
  • 9 meninas
  • Atendimentos – Quando a paciente está fazendo o pré-natal, os próprios médicos fazem o encaminhamento. Se não tiver o pré-natalista, elas podem ir ao pronto-socorro e o hospital atende as pacientes, por meio da escala de médicos plantonistas. Em relação ao parto humanizado, as próprias pacientes podem escolher qual opção querem para o acompanhamento da gestação e no momento do parto. 
  • Tem assistência para gravidez de alto risco e Centro de Terapia Intensiva (CTI) neonatal. Abrange diversas cidades do Estado e toda a Região Central 

Hospital Universitário de Santa Maria (Husm)*

  • Atendimento 100% pelo Sus
  • Encaminhamentos para maternidade de alto risco 
  • 10 Unidades de terapia intensiva neonatal, que atendem crianças até um ano - com solicitação de mais 10 leitos 
  • A cada leito de neonatal, libera um leito intermediário. Logo, são 10 leitos intermediários, em que a mãe fica por intervalos de tempo com o bebê


*Até o fechamento o Husm não informou quantos bebês nasceram nesse período


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